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A verdadeira conspiração. João César das Neves. Diário de NotÃcias. |
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Segunda, 20 Maio 2013 23:23 |
      João César das Neves
Se alguém pretender destruir a sociedade, como deve proceder? Multiplicam-se essas acusações e os réus são múltiplos, do Governo aos bancos, do euro aos corruptos. Tomemos então a sério tais denúncias. Se se quiser mesmo a aniquilação de Portugal, qual a forma mais eficiente de o conseguir? Curiosamente as dificuldades recentes provam o oposto do que muitos alegam: o tecido social de um povo é sempre muito resistente, o que torna a sua destruição extremamente difÃcil. Uma crise económica, por grave que seja, nunca gera efeitos duradouros numa nação, quanto mais definitivos. Mesmo que a dose fosse muito maior, como na Grécia ou em Chipre, ao fim de uns anos tudo normaliza. Até o caso extremo da "grande depressão" dos anos 1930 não chegou para destruir os EUA, que aliás pouco depois dominavam o mundo. Se o nosso inimigo radical passasse para métodos polÃticos ou militares, não teria melhor sorte. A França de 1792 ou a Alemanha de 1945 são casos extremos de pressão revolucionária ou demolição bélica. Mas nem essas gerações se perderam, quando mais a respectiva cultura e nação. A única conclusão razoável é que a sociedade é uma das realidades mais resistentes do universo. As contÃnuas referências a demolição nacional não passam, portanto, de exageros vácuos. Sabemos bem como as dificuldades levam muitos a carregar no acelerador retórico, disparando a grande velocidade para a asneira. Mas, apesar do que dizem, é muito difÃcil destruir Portugal. Quer isto dizer que um malévolo não teria forma de conseguir os seus perversos intentos? Não. Há uma maneira, e é simples. Para matar um homem cortando-lhe os braços, é precisa uma espada; para o atingir no coração, basta uma agulha. A maneira mais eficiente de dar cabo de um povo é ferir o seu núcleo mais central. E é isso exactamente que nos está a acontecer. Não existe nenhuma conversa sobre a famÃlia em que não se oiça que ela é a célula base da sociedade. Que poderemos então concluir da sua dramática crise contemporânea, senão que ela põe em risco a sobrevivência nacional? A única dedução possÃvel é que está bastante adiantada uma degradação de todo o tecido cultural, de onde só recuperaremos com muita dificuldade. Um povo com dúvidas sobre o sentido de "cidadão" sofreria graves consequências. Que dizer de um que degrade o conceito de casamento? A queda demográfica chega, só por si, para justificar enorme preocupação. Sem filhos não há futuro e a inversão da pirâmide etária cria vastas consequências. Como pretender crescimento económico numa população em regressão? Mesmo assumindo que a tacanhez actual só liga a questões económicas, fiscais e polÃticas, já teria aà muito com que se entreter. A isto juntam-se as brutais consequências humanas, psicológicas, educativas, culturais e sociais que nascem de famÃlias em desagregação. Conflitualidade conjugal, explosão de divórcios, desequilÃbrio emocional, precarização de relações, penetração do egoÃsmo, são sintomas evidentes e ameaçadores. O resultado é solidão, desespero ou embriaguez. Tudo nasce de uma ideologia lasciva que impõe o postulado de que no sexo todos os prazeres são equivalentes e devem ser excitados. Esta mentira evidente e clamorosa consegue passar por razoável na propaganda libertina. O tempo que teme tabaco e obesidade promove divórcio, aborto, promiscuidade e depravação. O que mais espanta é a apatia generalizada da população perante a podridão, enquanto se enfurece e assusta com questões económicas, secundárias e passageiras. As elites de poder, do CDS, PSD e PS, aplaudidas por PCP e BE, são parte activa do problema, não da solução. As leis recentes sobre o tema envergonhar-nos-ão durante séculos. Portugal está doente, muito doente. Não pelo défice e dÃvida, nem sequer pelo desemprego e recessão. Tudo isso resolve-se em anos. A verdadeira doença que, mesmo não fatal, deixará mazelas por gerações, é a incompreensÃvel, boçal e brutal dissolução familiar. Assim este perÃodo ficará marcado na nossa história. Se houver história.
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